quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O MITO DA CAVERNA E SUAS AMPLIAÇÕES PEDAGÓGICAS



Vilma Darc dos Reis Clemente
Fátima Aparecida Oliveira
Janaina Otoni de Freitas
1.         CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O grande objetivo do mito da caverna é explicar o mundo que cerca o homem. No mito da caverna de Platão, encontra-se a caracterização de uma sociedade que baseia em aparentes verdades, como uma forma de justificar condutas e uma conjuntura social.
O mundo das aparências para Platão é o mundo sensível, é o contorno externo de todo o processo simbólico e de vizualização.
2.          REFERENCIAL TEÓRICO
O escopo fundamental da Filosofia da Educação é a busca pelos questionamentos existentes sobre os assuntos inerentes à atividade educacional, quer seja pelo refletir, pensar, fazer com que a leitura ganhe um significado especial diante dos olhos do educador e do educando.
Através do mito da caverna, do filósofo Platão, a sociedade é fundamentada nas suas verdades aparentes que se justificam e se concretizam pela organização dos princípios que norteiam e embassam a conjuntura social.
Tem-se como grande objetivo do mito, explicar o mundo que cerca o homem. O homem se fecha nas suas estruturas fechadas, daí surge a caverna, como dogma estrutural da verdade inquestionável.
Uma grande caverna no solo, cujo único contato com a parte de fora, com o mundo, é uma estreita fenda que permite a tênue réstia de luz entrar. Dentro estão seres humanos acorrentados, sentados de costas para a entrada da caverna, sem poder se mexer e de frente para um paredão que é o fundo da caverna. Não podem ver a realidade, o que acontece no mundo. Vivem assim desde o nascimento e por muitas gerações.
A pouca luminosidade proporciona no paredão apenas o aparecimento das sombras, de tudo o que acontece no exterior. Os prisioneiros tem uma visão dos seres humanos andando e conversando, dos animais, dos artefatos variados, apenas nas imagens refletidas. Mas certo dia um prisioneiro movido pela curiosidade, resolve fugir e consegue fabricar um objeto que quebra suas correntes, e sai da caverna  pela pequena passagem. Seu primeiro contato com o exterior é de total cegueira pela luz do sol, pois seus olhos só conhecem a escuridão e aos poucos se acostumam. É um momento de encantamento e descobertas, nota que tudo que via antes eram apenas sombras, nada era real. Resolve que só volta para caverna obrigado e vai contar toda a verdade para os que ficaram levando todos à liberdade. Foi difícil sair de lá, mas será mais difícil ainda voltar.
Terá que se acostumar novamente com as trevas e é muito mais fácil se acostumar com a luz. Sem opção, foi preciso voltar. Não consegue mais se comportar como antes, é desajeitado. Conta toda a verdade para os amigos que não acreditam nele e corre o risco até de ser morto por eles. Para Platão, grande filósofo é assim que se processa o conhecimento em cada ser humano. Portanto, todos somos prisioneiros dos preconceitos, da falta de opinião, da falta dos sentidos, do modo, da acomodação. Um dia os grilhões são partidos, escapa, é um filósofo, seu esforço para sair é igual uma faísca de conhecimento verdadeiro.
É a libertação mental, a busca da verdade e dos conhecimentos. Quando volta para a caverna é para ensinar aos que ficaram, como sair dela, como procurar as coisas do mundo. Os olhos podem ver e a alma vai conhecer. Ao sair de lá, o destino é a luz, ao passar o destino são as ideias. Esta é a grande importância da procura do saber, da verdade, da essência da vida humana. Deixar as trevas para encontrar a luz. Deixar a ignorância para encontrar o conhecimento.
O mito possui ainda um outro sentido pelo qual compreendemos porque Platão é o inventor da razão ocidental. De fato, na origem(como vimos em nosso primeiro cápitulo), a palavra alétheia é uma palavra negativa (a- létheia), significando o não esquecido, não escondido. Com o Mito da Caverna, porém, a verdade, tornando-se evidência ou visibilidade plena e total, faz com que a alétheia perca o antigo sentido negativo e ganhe um sentido positivo ou afirmativo. Em lugar de dizermos que o verdadeiro é o não escolhido, Platão nos leva a dizer que a verdade é o plenamente visível para o espírito.
A verdade deixa de ser o próprio ser, manifestando-se para tornar-se a razão que pelo olhar intelectual, faz da idéia a essência inteiramente vista  e contemplada, sem sombras. A verdade se transfere do ser para o conhecimento total do ser e da ideia do bem. Com isso, escreve Heidegger, “ a verdade dependerá, de agora em diante, do olhar correto, isto é, do olhar que olha na direção certa, do olhar exato e rigoroso”.
Exatidão, rigor, correção são qualidades e propriedades da razão, no Ocidente. A verdade e a razão são theoría, contemplação das ideias quando aprendemos a dirigir o intelecto na direção certa, isto é, para o conhecimento das essências das coisas.
Quando pensou em demontrar a cegueira dos homens diante de um mundo de aparências, o filósofo grego Platão contou uma história. Ou melhor, fez com que Sócrates, personagem central da obra “ A República”,contasse uma história a seu companheiro Glauco.
Os homens estão presos por argolas, no fundo de uma caverna escura. Sempre viveram ali, sem poder ao menos virar o pescoço. Por trás deles, um fogo arde, a certa distância, irradiando uma luz que se projeta no interior da caverna. Nas paredes, formas humanas, formas que se movem,.
Os homens que estão no interior da caverna, pensam que vêem a realidade. Mas, não é, eles vêem apenas a própria sombra e pensam assim porque não conhecem outro mundo.
Com essa alegoria, Platão compara a caverna ao mundo sensível onde vivemos, que é o mundo das aparências. Reflexo da luz verdadeira(as ideias), projetam as sombras (coisas sensíveis que tomamos como verdadeiras). Estamos agrilhoados, no entanto, é possível quebrar esses grilhões, e quem é capaz de fazer isso, é o filósofo.
O filósofo é capaz de escalar o muro para a contemplação da luz plena. Essa luz é o Ser, o Bem; é essa a luz que ilumina o mundo inteligível(que se pode conhecer).
“ Pois, segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a ideia do Bem; e, uma vez avistada compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que, no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhor; e que , no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública.”(“A República. 3° ed. Fundação Calouste Gulbenkian, trad. Maria Helena da Rocha Pereira)
A imagem apresentada por Platão é uma das mais belas e mais conhecidas de toda a história da filosofia. O mito da caverna faz parte do livro 7 da obra “ A República”. Esse livro foi escrito entre os anos 385-380 a.C. Obra da maturidade de Platão, é um diálogo entre Sócrates e seus amigos, que apresenta o metódo dialético de investigação filósofica. Através de aproximações sucessivas, o mestre discute a organização da sociedade, a natureza da política, o papel da educação e a essência da justiça.
            A postura pessoal do EU educador remonta às estruturas educacionais condizentes com a realidade vivenciada nas escolas brasileiras, sendo que os professores, como instrumentos ímpares da formação de opinião, não podem estar atrelados a modelos educacionais dogmáticos e ultrapassados. A sala de aula não pode aprisionar os alunos, mas sim, agigantar em intensidade os seus aprendizados.
            A proposta do sábio Platão foi estabelecer mecanismos que podem e devem ser usados em todos os ramos do conhecimento humano, quer seja ele, intelectual, social, político, cultural, religioso, econômico, etc.
            As manifestações filósoficas aqui apresentadas cabe a realidade da Educação em espécie, gênero e como valor que se agrega ao sentido maior estampado pela prátrica docente: o ensino que vislumbra a conscientização humana em seus mais inúmeros sentidos.
           
3.         CONSIDERAÇÕES FINAIS
As considerações acerca do mito transformam a realidade de educar e traduz a similitude dos anseios ideológicos que somente a filosofia pode enxergar. Educar valorizando o essencial, libertando-se de pragmatismos e trazendo a clareza que somente a educação pode promover. Esse é o sentido transmitido pelo mito e que deve ser encarado e aplicado diariamente em qualquer processo educativo que se baseia na valorização e engrandecimento do ser humano, enquanto ser que se manifesta diante do mundo exatamente pelo pensar e o agir diferenciado dos demais animais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SCHNEIDER; ALBERTO LAÍNO. Filosofia da Educação. 20. ed. Curitiba: Lbpex, 2008.

Releitura e atualidades do mito da caverna e suas implicações pedagógicas



ariana Dornela Ferreira


Joana Darc dos Reis Costa


Luciana Oliveira Ferreira


Maria Eunice de Souza


Nayara Rodrigues Costa

 

Considerações iniciais

            Durante muito tempo, existiu a crença de que as pessoas só teriam contato com a escolaridade a partir do momento que ingressasse na escola, já o mito da caverna apresenta características de uma sociedade que se fundamenta nas suas aparentes verdades para justificar e organizar os princípios básicos de uma conjuntura social.
            Portanto, o mito é usado como suporte para a compreensão do que não tem uma explicação racional, torna-se, pois uma verdade absoluta.


Referencial teórico

            O mito da caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito á importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância, isto é, a passagem gradativa do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico, que é racional, sistemático e organizado, que busca as respostas não no acaso, mas causalidade.
            Com essa metáfora – o tão justamente famoso Mito da Caverna – Platão quis mostra muitas coisas. Uma delas é que é sempre doloroso chegar-se ao conhecimento, tendo-se que percorrer caminhos bem definidos para alcançá-lo, pois romper com a inércia da ignorância requer sacrifícios. A primeira etapa a ser atingida é a da opinião, quando o indivíduo que ergue-se das profundezas da caverna tem o seu primeiro contato com as novas e imprecisas imagens exteriores. Nesse primeiro instante, ele não as consegue captar na totalidade, vendo apenas algo impressionista flutuar a sua frente. No momento seguinte, porém, persistindo em seu olhar inquisidor, ele finalmente poderá ver o objeto na sua integralidade, com os seus perfis bem definidos. Ai então ele atingirá o conhecimento. Em busca não se limita a descobrir a verdade dos objetos, mas algo bem mais superior: chegar à contemplação das idéias morais que regem a sociedade - o bem, o belo e a justiça.
            Segundo a metáfora de Platão, o processo para a obtenção da consciência abrange dois domínios: o domínio das coisas sensíveis e o domínio das idéias. Para o filósofo, a realidade está no mundo das idéias e maioria da humanidade vive na condição da ignorância, no mundo ilusório das coisas sensíveis, no grau da apreensão de imagens, as quais são mutáveis, corruptíveis, não são funcionas e, por isso, não são objetos de conhecimento.
            O mito é caracterizado como uma fala narrativa onde as experiências são repassadas oralmente. É comum e constante o uso de lendas e fabulas que narram acontecimentos vividos por meio de uma lógica é a interpretação, já na filosofia o método é a racionalidade, que busca a verdade.
            Portanto, a filosofia da educação são os caminhos para se sair da caverna e observar, a realidade; sendo o educador preciso retornar a caverna para valorizar os valores humanos e o crescimento integral do educando.


 Considerações finais

            Imaginemos um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.
            Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder locomover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantém acesa uma fogueira.
            Platão não buscava as verdadeiras essências da forma física como buscavam Demócrito e seus seguidores. Sob a influencia de Sócrates, ele buscava a verdade essencial das coisas.
            Assim como os personagens do mito da caverna estão presos e acorrentados na caverna, assim também as estruturas educacionais são as representações dos alunos e dos professores presos aos seus modelos educacionais ultrapassados, enfim a sala de aula não pode ser a caverna que aprisiona, e sim o espaço onde o feixe de luz aprimora a sua intensidade.
            Como exemplo, dentro de uma sala de aula o caso de uma criança que não consegue compreender o conteúdo das matérias  e tira nota baixa, e para o professor a compreensão é apenas a nota, e define assim que o aluno não conseguiu assimilar o conhecimento e isso dever ser repensado por professores e escola.
            É quando professor e aluno descobrem um passo em direção a verdade, no entanto, é fundamental que se perceba a necessidade constante de rever as concepções paradigmáticas em construção.



Referência
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Editora Ática, 2003;
SPINELLI, Miguel. Questões Fundamentais da Filosofia Grega. São Paulo. Loyola, 2006, p. 278ss.

TECNOLOGIA SOMBRA OU LUZ NA ESCOLA

ELENICE RESENDE ARAÚJO SILVA
EMÍLIA DARC DE CARVALHO
MARIA AMÉLIA BOAVENTURA CARDOSO
MARIA MADALENA RODRIGUES BARBOSA

     O educador a cada dia sonha mais com uma escola voltada para a formação integral do educando. Não é um sonho que se sonha só, mas um sonho que se realizará com a educação ideal.
     Isso só será possível, se os educadores oportunizarem a si mesmos, uma grande revolução nas práticas inadequadas, usando apenas pedagogia tradicional. Sem aceitar as mudanças constantes trazidas pelas televisões, vídeo game, internet, DVDs e tantas outras tecnologias que transformam o mundo, transforma valores, fazem radicais mudanças de comportamento, tornando a sociedade globalizada, onde tudo acontece em tempo real, tudo muito rápido.
     De repente nos deparamos com o “MITO DA CAVERNA” de Platão e nos parece uma obra tão atualizada, que poderia afirmar que foi escrita nos dias de hoje, onde o professor vive à sombra do respeito que tinha pelo seu mestre quando estudava, o aluno vive á sombra da educação que seus pais receberam, a escola tenta superar a sombra do que foi a escola, onde há disciplina; o professor era um ídolo a ser seguido, a valorização profissional lhe proporcionava uma satisfação de ser realmente MESTRE.
     Entretanto, hoje, a tecnologia invadiu a vida das pessoas de forma tão invasiva, que já é questionado ser professor ou assumir a postura de educador, educador preocupado com a formação integral do aluno, ou professor que transmite conhecimentos de acordo com a pedagogia tradicional.
     Da mesma forma, a família tem nova postura, já não tem o mesmo tempo disponível para os filhos, não tem tempo para educá-los e essa tarefa passa a ser da escola, pois pais correm atrás do sustento familiar, muitas vezes compensando seus filhos com mais e mais artigos de consumismo, sem lhes proporcionar o equilíbrio emocional, a educação necessária para que tenha vida saudável e compromisso com seus estudos, e acabam por deixá-los á mercê da educação recebida pelo constante uso da tecnologia, esquecendo de falar de seu amor, do companheirismo, da solidariedade; falta o diálogo e a amizade entre familiares, tornando os filhos cada dia mais filhos do vídeo game, celulares, internet, pois são seus companheiros de todos os momentos; a televisão com as novelas que destroem os valores de respeito familiar, com filmes violentos e jornais com notícias deturpadas para um entendimento sem uma orientação adequada, a tecnologia entra como furacão dentro de seu entorno social, e fica para a escola a responsabilidade de educá-los.
     Educadores têm que se desdobrar numa competição desleal e absurda, com o uso da tecnologia inadequada para a vida cotidiana do educando, onde mais e mais se distancia de um ensinamento aceito por seus alunos, vendo o educador como uma pessoa que reprime e não se moderniza, muitas vezes com conhecimento das tecnologias aquém do educando, tornando mais árdua sua missão de ensinar.
      Na visão dessa nova fase educacional, mais parece que vivemos na sombra, encurralados por convicções, fechados às transformações, cansados de lutar bravamente para capacitar, para entender as constantes mudanças no entorno que vivemos, mesmo não atingindo, nem oportunizando possibilidades de diálogo com a constante agressividade do educando.
     A falta de compromisso com os estudos é tamanha que não se consegue um aprendizado satisfatório, compensador para o educando e satisfação profissional para o educador. Ao sairmos da CAVERNA do nosso íntimo, somos obrigados a sentir a luz ofuscante das transformações, mudando nossas convicções para a abertura de capacitações, incapazes de oportunizar o acompanhamento das transformações e as luzes que se abrem em novo horizonte: o mundo; também há grandes transformações no nosso mundinho educacional, que a cada dia se torna diferente, mais exigente e transformador, não possibilitando que se continue como simples transmissor de conhecimento, pois a educação, mola mestra do saber, obriga os educadores a ter uma nova postura diferenciada, que acompanhe a globalização e o ritmo da vida atual.
     Há um mundo de novos valores, modificados por alta tecnologia que avançam a cada dia, possibilitando uma maior interação com o “Nós” deixando para trás o “EU” professor transmissor de conhecimento, com a autoridade do “eu falo, você escuta” . O educando de hoje não admite o simples decorar os conhecimentos repassados pelo professor do quadro e o giz.
     Hoje o professor passa a ser um educador, que faz com que seu aluno atue como um construtor de seu próprio conhecimento, investigando, pesquisando, questionando de maneira crítica e investigativa os “porques”, possibilitando a motivação que deve levá-lo à busca do saber. O educador se torna assim um formador de opiniões, escutando e mostrando ao aluno uma postura crítica perante sua necessidade de realização pessoal.
     O que temos de relevar é que a escola hoje assume um novo papel frente ao aluno, o conduz a pensar, a descobrir e questionar o aprendizado.
    Assim, o educador está obrigado a sair de sua caverna de atitudes inadequadas que carrega como conformismo, acomodado com métodos infrutíferos, incapazes de motivar os alunos, fazendo da escola um lugar sem prazer de estar. A sombra da educação onde um escuta e o outro ouve, já não é suficiente pra fazer com que o aluno adquira conhecimentos suficientes para torná-lo um cidadão consciente de seu papel na sociedade em que vive.
     O educador, dentro de sua caverna, é obrigado, vendo as sombras da educação que recebeu e o profissionalizou, a adequar-se às novas luzes da tecnologia, preparando-se para iluminar seus horizontes, capacitando-se a cada dia, procurando integrar-se no mundo globalizado, modernizando seus métodos de ensinamentos. Mas se faz necessário que o educador esteja convicto da postura e reciclagem exigida pelo mundo que nos deparamos, pois, fechando seus olhos, a nova tecnologia se tornará um morador eterno da caverna que construiu, não se permitindo ver a luz do mundo moderno, as facilidades que proporciona em seu trabalho e procurando se adequar às novas perspectivas de um ensino que conduzirá seu aluno não só ao conhecimento acadêmico, mas, principalmente às condições de desempenho brilhante quando profissional, tornando-o cidadão consciente, crítico e formador de opinião, politizado, com capacidade de contribuir para uma sociedade mais justa, com igualdade de oportunidade a todos.
     O educador deve ter como prioridade na atualidade, a consciência de sua postura diferenciada pela nova visão educacional que nos deparamos, levando seu aluno a uma reflexão crítica e filosófica da sua condição como pessoa humana, capaz de discernimento das sombras, impedindo seu crescimento pessoal, integrada no entorno social que vive, sendo um ser mais completo e capaz de fazer do mundo em que vivemos um lugar mais completo e prazeroso, consciente de sua posição diante dos problemas sociais que enfrentamos, tendo uma postura ecológica de preservação de nosso planeta, sendo politizado e comprometido com políticas públicas voltadas para o bem comum.
     Só é possível sairmos da CAVERNA do “EU”, se tivermos consciência de nossas responsabilidades como cidadãos, possibilitando em nosso entorno social, uma integração de vontades de mudanças nas posturas inadequadas, para que tornem nosso cotidiano diferente, modificando nosso pensamento egoísta, voltando para o coletivo e bem comum, prevalecendo o “NÓS” para uma convivência harmoniosa de todos.
Devemos ver a tecnologia como uma fonte de luz, capaz de trazer possibilidades de uma vida melhor, sem deixar sombras que vendam e degradem a conduta humana.
    A tecnologia deve estar voltada para um compromisso de melhores condições de vida, sendo dos educadores e pais a responsabilidade de saber adequar seus filhos a essa nova realidade, sem deixar de proporcionar o equilíbrio no uso da tecnologia e, principalmente, estar presente na formação humana de seus filhos, cabendo a escola em sua missão de educar, aprimorar o conhecimento em consonância com as novas tendências e horizontes que possibilitem a formação integral do educando no contexto social que vive.

RELEITURA E ATUALIDADES DO MITO DA CAVERNA E SUAS IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS



Lucélia Maria Rodrigues Silva
Moacir José Barra
Giovane de Oliveira Silva
Elenice Adélia Rodrigues
Flavia Oliveira Silva Martins



Introdução

Platão ao escrever o mito da caverna descreve uma população limitada de conhecimento, vivendo apenas no fundo de uma caverna longe da luz e do convívio social. Ainda hoje muitas pessoas são privadas do conhecimento, da educação e da cultura.


Mito da caverna e a educação

Platão ao escrever o mito da caverna, viu a maioria da humanidade condenada a uma infeliz condição. Imaginou todos presos desde a infância no fundo de uma caverna, imobilizados, obrigados pelas correntes que os atavam, a olharem sempre em frente. O que viriam então? Com um fundo de luz, viam a sua frente apenas as sombras de objetos surgindo e se desfazendo diante deles; e acreditavam que as imagens fantasmagóricas que apareciam aos seus olhos eram verdadeiras, tomando o aspecto de realidade. A sua existência, era, pois, inteiramente, dominada pela ignorância.

Se por um acaso, segue Platão na sua narrativa, alguém resolve libertar um daqueles pobres acorrentados de sua pesarosa ignorância e o levasse, ainda que arrastado, para longe daquela caverna, o que poderia suceder-lhe? Chegando do lado de fora ele nada enxergaria, ofuscado pela luminosidade do sol, que tudo pode que tudo facilita ver. Mas, depois, ele aos poucos iria desvendando o maravilhoso e lentamente recuperaria a visão, vendo tudo ao ser redor. Com isso ele se depararia com a existência de outro mundo, totalmente oposto ao do subterrâneo em que fora criado. Um universo novo se escancarava perante ele, podendo então vislumbrar com o mundo das formas mais perfeitas.

Mas de que forma aconteceria a libertação desses homens, que até então estavam amarrados e presos à caverna? Através da educação seria possível essa transformação do ser humano. Através do conhecimento, de informações é possível o homem perceber que o mundo é muito mais que aquelas sombras da caverna. Com a educação o homem passa a ver a realidade; veria diretamente os objetos e não somente as sombras.

No mundo de hoje, o mito da caverna ainda é uma realidade. Embora muito se tenha feito, no sentido de melhoria da educação, talvez não se tenha chegado a um modelo ideal de educação e algumas instituições de ensino acabam se transformando em caverna, ensinando apenas pelas sombras, mostrando os fins, porém sem justificar ou esclarecer os meios, ensinando o que é certo ou errado, mas sem explicar com se chegou ao certo ou errado. Os alunos por sua vez, são esses homens da caverna. Uns se acomodam e se satisfazem com as “sombras” enquanto outros saem à procura da luz, busca novos ensinamentos, novas pesquisas, porque sabem que a realidade vai além da caverna (sala de aula). Toda saída nos leva a algo. É na busca que adquirimos o conhecimento e o conhecimento é fruto do pensar e ter acesso ao sumo bem. Para conhecer é preciso entrar em intimidade com o real; é a busca da verdade, mesmo que seja ainda, insatisfatória. Mas, é sempre um sair de si para ir à busca de algo novo.

Mas, o que é educar? Qual a maneira correta de educar? Educar significa desenvolver a capacidade própria de cada indivíduo.

Educação, portanto, é caminho, é processo, é a busca do bem querer-se e do querer bem.  É permitir que o outro lance para fora seus anseios, suas vontades. Ao descobrir-se, o pensar vai educando o sujeito.

O objetivo da Educação é o amadurecimento humano. Amadurecimento este, que acontece de modo qualitativo no campo moral, tanto da dimensão psicológica quanto ontológica.  O educando é único e sempre o mesmo. Contudo, diversos são os pontos de vista segundo os quais se podem considerar o amadurecimento.

A educação, de modo geral, é vista em longo prazo. Pois ao mesmo tempo, a gente percebe a presença de uma meta-ideal, um amadurecimento a atingir que é a liberdade, a construção pessoal e a relação social.

Na relação social podemos dizer que há em cada um de nós dois seres: um construído por todos aqueles estados mentais que não se relacionam a não ser conosco mesmo, e outro, composto por um sistema de idéias, sentimentos e hábitos que se expressam, não na nossa personalidade, mas nos grupos dos quais fazemos parte. Este conjunto permite educar o “ser social”, através de dois fatores: a assimilação de pautas de conduta que permitirão uma convivência positiva (aculturação); e a inserção na rede de relações típicas da sociedade (família, escola, grupos). É na educação escolar que o educando amplia sua visão social.

O processo de personalização ou humanização considera a pessoa protagonista do mundo, sujeito da história. Este processo comporta duas exigências: que a educação tenha como fim único a plenitude humana e não apenas a “domesticação” para uma determinada sociedade; outra que a educação tenha por referencia o ser humano de forma integral, não esquecendo suas diversas dimensões. O crescimento psicológico consiste na atualização de potencialidades, que se manifesta na criatividade, no desenvolvimento de seu próprio potencial, tornando-se pessoa, ser humano.

A busca da libertação ocorre tanto na dimensão pessoal quanto na social.  Toda pessoa sofre a pressão de condicionamentos negativos durante o processo de seu amadurecimento. Em determinados momentos, esses aparecem de forma inerentes à pessoa: obstáculos, temores, complexos. Outras vezes, são infundidos no individuo pelo contexto social: alienação, consumismo, de forma que cria “total dependência” nas pessoas. A educação, nesse caso, deve ser entendida como prática da liberdade, ou seja, conscientizar as pessoas e mostrar a necessidade de uma libertação; é ter uma visão crítica e reflexiva da realidade, comparando a realidade que se vive com outra que é proposta como ideal.

Portanto, educar exige, não só do educando que se sinta numa comunidade de investigação constante, descobrindo, com isso novas possibilidades de libertação, auto reprodução e transformação do social, mas também, do educador a busca constante do conhecimento renovado ou redescoberto pelas novas investigações. Estas buscam sempre pensar o agir humano, ou seja, pensar o educar. Pois o diálogo com a diversidade cultural faz-se necessário para haver uma convergência no modo de agir, de conduzir e relacionar-se com o universo que nos rodeia.


Considerações finais

O Mito da Caverna narrado por Platão no livro VII do Republica é, talvez, uma das mais poderosas metáforas imaginadas pela filosofia, em qualquer tempo, para descrever a situação geral em que se encontra a humanidade. Para o filósofo, todos estão condenados a ver sombras a sua frente e tomá-las como verdadeiras. Mas, devem encontrar a luz, para que, ao descobrirem o conhecimento sejam pessoas mais realizadas.



Referências Bibliográficas

SCHNEIDER, Laíno Alberto, Filosofia da Educação, 2° capitulo
www.siello.com.br (consulta realizada em 07/12/2009) Maria da Penha Villela Petit, Platão e a poesia na República.Kriterion, jun 2003, vol.44, no.107, p.51-71
www.primeiraversao.unir.br/artigo97.html(consulta realizada em 24/11/2009)
www.consciencia.org/forum/index.php/topie,152,0html ( consulta realizada em11/12/2009)

sábado, 5 de dezembro de 2009

ANALISE A IMAGEM E FAÇA UM COMENTÁRIO...



   

Relato de uma Professora de Matemática

     Semana passada comprei um produto que custou R$15,80.
     Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar  receber ainda mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e  ficou olhando para a máquina registradora, aparentemente sem saber o que fazer.
entei explicar que ela tinha que me dar 5,00 reais de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sementender.

      Por que estou contando isso?
      Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim:
 

1.. Ensino de matemática em 1950:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda.. Qual é o lucro?

2. Ensino de matemática em 1970:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$80,00. Qual é o lucro?

3. Ensino de matemática em 1980:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00. Qual é o lucro?

4. Ensino de matemática em 1990:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de  produção é R$80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro: (  )R$ 20,00 (  )R$40,00 (  )R$60,00 (  )R$80,00 (  )R$100,00

5. Ensino de matemática em 2000:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$80,00. O lucro é de R$ 20,00.

Está certo? (  )SIM (  ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2009:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00. (  )R$ 20,00 (  )R$40,00 (  )R$60,00 (  )R$80,00 (  )R$100,00

7.. Em 2010 vai ser assim:
Um lenhador vende um carro de lenha por R$100,00. O custo de  produção é R$  80,00. Se você souber ler coloque um X no R$ 20,00.   (Se você é afro descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social não precisa responder)
 (  )R$ 20,00 (  )R$40,00 (  )R$60,00 (  )R$80,00 (  )R$100,00



O LÚDICO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

Adalgisa Maria de Morais Santos
Sílvia Pacheco Macedo
Isadora Maria da Silva
Kelly E. Lima Boaventura

     A ludicidade tem conquistado cada vez mais espaço na educação, principalmente na infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permitirem um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento. Independentemente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem em um mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz-de-conta se confundem.
     A utilização de brincadeiras e jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentarem os desafios que lhe surgirem.
     O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os mais remotos tempos. Através deles, as crianças desenvolvem a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor.

     O jogo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor,isto é no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição, etc.
     O jogo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar. Estimula o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento, o progresso da palavra.
     Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente, em que se vive. Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa.
     O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogo”. Se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.
     Ensinar através de jogos é um bom começo para o professor desenvolver aulas mais interessantes, descontraídas e dinâmicas , podendo competir em igualdade de condições com os inúmeros recursos que o aluno tem acesso fora da escola, despertando ou estimulando sua vontade de freqüentar assiduamente a sala de aula e incentivando seu envolvimento no processo ensino aprendizagem, já que aprende e se diverte, ao mesmo tempo.

ATIVIDADES LÚDICAS E A MATEMÁTICA

     A construção do conhecimento pode ocorrer a partir da realização de atividades lúdicas, principalmente quando pensamos em atividades para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, pois nessa faze os alunos gostam de brincar e jogar. O ensino da matemática na educação infantil deve priorizar o avanço do conhecimento das crianças diante de situações que significam a aprendizagem. No caso da inclusão do jogo educativo como ferramenta para o ensino de conceitos básicos na matemática, pode-se perceber que ele também acaba favorecendo a aquisição de habilidades e a evolução dos estágios de desenvolvimento do raciocínio lógico, do conhecimento físico, da linguagem e da motricidade das crianças beneficiadas com seu uso.
     Um dos motivos adicionais, mostrados por inúmeras pesquisas educacionais, as quais estão nas referências bibliográficas para a introdução dos jogos nas aulas de Matemática na Educação Infantil é a possibilidade de combater dificuldades de aprendizagem que poderiam ser apresentadas pelos alunos que, por ventura, não tivessem a experiência de manipulação dos jogos e de atividades lúdicas antes de seu ingresso no Ensino Fundamental.
     O caráter lúdico envolvido nos jogos igualmente auxilia para que os alunos pensem com certo entusiasmo na Matemática, pois o jogo liga-se ao sonho, a imaginação, ao pensamento e ao simbolismo. O ser humano como ser simbólico, constrói-se através do coletivo e sua capacidade de pensar está unida a capacidade de sonhar, imaginar e jogar com a realidade. Nesse sentido, o uso do jogo na Matemática para crianças na Educação Infantil pode diminuir a prevenção negativa criada pelo imaginário coletivo em relação à matemática na escola.
     No que diz respeito à matemática, é essencial que desde a educação infantil sejam desenvolvidas atividades que permitam à criança explorar o espaço, conhecer as formas, as quantidades e as medidas. Nada melhor que trabalhar com elas de modo lúdico, para que aprendam com prazer. Segundo Sergio Lorenzato, o trabalho pode ser iniciado com algumas noções básicas. Essas noções estão diretamente relacionadas a alguns conceitos físico-matemáticos: tamanho, lugar, distância, forma, quantidade, número, capacidade, tempo, posição, medição, operação, direção, volume, comprimento e massa.

O LÚDICO E AS CIÊNCIAS: descobrindo o mundo

     Para a evolução das civilizações a tecnologia exerceu um papel fundamental, dessa maneira, foram também desenvolvidas a filosofia, a política, o direito, as artes e as ciências. Essas tecnologias mudaram o pensamento do homem que passou a se sentir o centro do universo, hoje ser humano sobrevive graças a tais tecnologias que lhe proporcionam defesa e abundância.
     Para o aluno é importante entender essas situações no sentido de conscientizar acerca de assuntos polêmicos, como desmatamento, poluição, efeito estufa etc. O papel das ciências em relação ao ensino é de colaborar para a compreensão e as transformações do mundo. Em toda brincadeira pode fazer ciência desde a mais simples e com a mais tenra idade.

CORPOS LÚDICOS: corpos que brincam e jogam

     Corpos construídos: os jogos da sociedade – As brincadeiras que brincamos, no passado ou no presente, constituem, organizam, ensinam e transformam nossos corpos. Ou seja, a forma como nos movimentamos, nos relacionamos e entendemos o mundo está intrinsecamente relacionada à forma com que vivemos nossos corpos.
     O corpo é função da vida, o corpo é base da civilização. O corpo que joga e brinca pode, portanto, ser compreendido como função da vida, como base da civilização.

CORPOS BRINQUEDOS: os jogos do próprio corpo

     O corpo é o brinquedo, o jogo e a brincadeira. O corpo que somos pode nos proporcionar situações e interações lúdicas sem necessariamente estarmos apoiados nas canetinhas coloridas, nos recortes, nas massinhas, nos jogos de encaixe, nas bexigas, nas bonecas e nos carrinhos (embora esses suportes sejam todos extremamente importantes, necessários e significativos para os corpos que brincam!
     O corpo lúdico conhece, sabe, saboreia e trabalha com a linguagem corporal para torná-la jogo e brincadeira. O corpo lúdico joga muitos jogos e brinca muitos brinquedos somente quando conhece (saber, saborear) os elementos da linguagem corporal. Como? Como o corpo se torna lúdico?
Brincando e jogando consigo mesmo, com os outros, com o meio físico. É por isso que os jogos e as brincadeiras que são nossos corpos nos educam e nos ensinam os jogos sócio-político-culturais.

CULTURAS, CORPOREIDADE E LUDICIDADE

     Para as crianças, grande parte de suas experiências e vivências se dão ao brincar quando se colocam inteiras na descoberta do mundo, por isso, faz-se importante refletir sobre o valor das experiências de cada ser.
     A brincadeira é a forma de a criança recriar a experiência sócio-cultural. O chamado resultado de relações fornece também uma ocasião educativa única para as crianças.
     Convém lembrar que a escolha do tipo de brincadeira terá um papel direto no tipo de influência causada na criança. Pode tanto ser uma fonte e a base da mudança cultural ou o mecanismo que assegura a conservação da cultura que se vive.
     Brincar é tão próprio do ser humano que uma mesma brincadeira é citada em diferentes épocas e diferentes lugares do globo, que não entraram em contato. E até a mesma forma de se comportar pode ser observada em crianças de diferentes locais do mundo.
     Podemos aproveitar elementos próprios de diferentes culturas para formar o universo lúdico da criança sempre tomando cuidado de respeitar e valorizar as tradições de qualquer povo ou etnia e valendo-se de mecanismos importantes no processo de aprendizagem e transmissão de conhecimentos, habilidades, técnicas, e concepções próprias à educação das crianças, sejam índias, brancas ou negras, como a corporalidade, sempre observando o “formar” diferente de cada um.